Onde você está agora? O ponto de partida que não pode ser ignorado
- Giovana Queiroz
- 9 de set.
- 2 min de leitura
Há quem queira iniciar a caminhada olhando apenas para o horizonte, sem se dar conta de onde os pés realmente tocam a terra. É como sonhar com o cume de uma montanha, mas recusar-se a perceber que se está, ainda, no vale.
E é justamente nesse gesto — de negar o ponto presente — que muitas jornadas se estagnam.
O preço da negação
Quando não reconhecemos onde estamos, criamos uma ilusão de movimento. Fazemos planos, repetimos mantras, colecionamos cursos e métodos… mas algo lá dentro continua paralisado.
É como tentar remar em um barco que ainda está preso ao cais. A energia se esgota, mas nada de fato avança.
Carl Jung já dizia que “não se torna iluminado imaginando figuras de luz, mas tornando consciente a escuridão”. Se não reconhecemos a escuridão, ficamos aprisionadas por ela.
O primeiro passo é aceitar o chão
Saber onde se está é um ato de coragem. E isso vale para as áreas mais corriqueiras da vida, como a financeira.
Muitas vezes sonhamos com a casa boa, o carro confortável, as viagens para lugares distantes — mas será que olhamos com atenção para o fluxo do nosso dinheiro?
Quanto entra, quanto sai, para onde vai a maior parte… Se há reservas ou se tudo escorre pelos dedos no fim do mês. É nesse olhar que surgem perguntas que poucos ousam fazer:Por que gasto tanto? Por que o dinheiro não fica? Para onde estou realmente olhando quando consumo? Eu me sinto merecedora de guardar, investir, prosperar?
Se o sonho é viajar até Paris, o primeiro passo não é comprar uma mala nova, mas encarar a própria saúde financeira. Mapear o perfil de consumo, rever prioridades, sair do tabu de “não se fala sobre dinheiro” — esse é o gesto que abre a estrada.
Porque, sem saber onde se está, todo sonho permanece suspenso no ar, sem ponte que o conecte à realidade.
O paradoxo da aceitação
Aceitar não significa conformar-se. Aceitar significa reconhecer a paisagem, sem ilusões. É como estar diante de um mapa: só traçamos a rota quando sabemos onde está o ponto vermelho que indica “você está aqui”.

A vida também é assim. Enquanto resistimos em assumir esse “aqui”, não conseguimos acessar o “para onde”.
O despertar da jornada
O caminho começa no instante em que paramos de fugir do lugar em que estamos. Quando deixamos de querer já estar no depois, no além, no ideal.
Só então o instinto desperta, guiando com clareza: um passo de cada vez, na direção que a alma pede.
É no agora — imperfeito, cru, real — que a estrada se abre. O ponto de partida nunca é outro senão este: onde você está.
Se esse texto despertou em você o desejo de olhar com mais clareza para onde está agora, talvez seja o momento de se permitir uma Sessão Descoberta. É um espaço seguro para mapear seus caminhos, reconhecer seus nós e, a partir daí, sentir qual é o próximo passo que sua alma pede.




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